E aí, Corredor?!
Você se programa para correr 12 km. Tudo bem, afinal, já percorreu distâncias até maiores. Mas, aos 9 km, entretanto, você simplesmente para. Tudo por causa daquela sensação de “não dá mais”, que você não sabe explicar como te fez parar e é conhecida como fadiga.
E na teoria, ela é definida como a incapacidade na manutenção de determinada potência, e está ligada às alterações metabólicas que ocorrem durante o exercício físico, impedindo que as células do corpo trabalhem normalmente.
Inicialmente, os pesquisadores achavam que o grande vilão da fadiga muscular era o lactato. Quanto mais intenso o exercício, maior a existência do acido lático nos músculos e no sangue em decorrência da deficiência de oxigênio. Com isso, a produção de energia é prejudicada e é necessário interromper o exercício.
Porém, com o passar dos anos, o lactato caiu em descrédito porque muitas vezes interrompe-se o exercício com concentrações relativamente baixas dele. Um estudo mostrou que a concentração de lactato ao fim de uma atividade física de intensidade máxima em altitude era menor do que ao nível do mar o que, segundo o modelo inicial, deveria ser exatamente o contrário devido à deficiência de oxigênio quanto maior a altitude.
Um modelo recente sugere que a fadiga é “consciente”, ou seja, uma decisão voluntária tomada em decorrência da exigência de esforço acima do normal.
Já em outro artigo, autores mostram que o excesso de cálcio na célula pode contribuir para a fadiga muscular e uma das explicações dada é que, em exercícios prolongados, a queda de PH diminui a sensibilidade das proteínas pelo cálcio, dificultando seu retorno para o retículo sarcoplasmático (reservatórios de cálcio).
Quando são feitos tiros, por exemplo, a necessidade de produção de energia é muito alta. E, junto a isso, há liberação de hidrogênio. Quanto mais intenso o exercício, maior a produção de hidrogênio e maior a acidez muscular. O problema é que a acidez desfavorece a atividade de enzimas fundamentais para a produção de energia.
No entanto, o organismo reage e alguns agentes entram em ação para neutralizar (ou consumir) o hidrogênio liberado, que está “sobrando”. Caso esses agentes não trabalhem corretamente, ou se sua concentração não for suficiente, aí sim o organismo interrompe a atividade.
Para se obter energia, as reservas iniciais de carboidratos são um fator-chave. Durante a corrida, uma boa opção é a ingestão periódica de bebidas à base de carboidratos. Já para evitar a fadiga crônica, a dica é cuidar da periodização, por isso, os atletas devem incluir sessões de treinamento regenerativo com baixo volume e intensidade. E para complementar, devem ser realizados treinamentos anaeróbicos, com alta produção de lactato, para melhorar o desempenho geral na corrida, com treinos intervalados e repetitivos.
(Matéria completa publicada na Revista O2 nº71, março de 2009)
Um comentário:
Olá Caíque.
Não sabia dessa reportagem.
Muito boa a informação e vou procurar me dedicar um pouco mais aos regenerativos.
Obrigadão mesmo.
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