quarta-feira, 31 de julho de 2013

E AÍ CORREDOR. 5 ANOS DE HISTÓRIAS

Valeu, galera !!!!
E aí, Corredor?!

Pois é! Lá se vão cinco anos. Mais de 600 posts depois, completamos, no dia 28 de junho, cinco anos de histórias, dicas, vídeos, amigos e muitas alegrias e saúde do E AÍ CORREDOR

E sabe o que é mais gratificante neste tempo todo de existência do blog? Vocês, amigos corredores, seguidores ou não, que passeiam pelas nossas páginas e, comentando ou não, deixam a presença registrada, mesmo que apenas nas nossas "quentes" estatísticas. Quentes, por que tem gente de qualidade, interessada, lendo o que escrevo.

É isso que impulsiona a criação dessas páginas. Saber que, de repente, em uma conversa com um desconhecido, ele foi lá e leu o E AÍ CORREDOR, se interessando e tirando proveito de alguma das minhas publicações. 

Hoje, 31 de julho, em uma palestra, conheci Renato, um corredor recente, com 1 ano de história, e que já é leitor do Blog, mesmo sem me conhecer. E pude perceber que, de alguma forma, o que escrevi fez uma diferença para o amigo, que se interessou muito, no caso, pelo post que fiz sobre o nosso Parque da Cidade de Brasília e os percursos que ele disponibiliza para corrermos, não por acaso a publicação mais visualizada até hoje, mesmo que escrita em 2011.

Isso é muito maneiro. Poder conhecer um amigo corredor, que já leu o blog e curtiu as histórias relatadas aqui. Renato foi o exemplo mais atual, mas tenho outros amigos virtuais que se tornaram reais e que pude cumprimentar e conversar ao vivo e à cores. 

Não é mesmo, Danilo Confessor, com quem inclusive já tive a alegria de correr algumas provas, a última delas a K21 de Pirenópolis, o Danilo, grande amigo, me acompanhou o tempo todo, me motivando mesmo com as dores do esporão presentes (aliás, Danilo, tá me devendo fotos - rss).

Para mim é o reconhecimento do trabalho realizado e isso que vira o combustível para escrever mais e mais, mesmo com este atual momento da minha vida, com a correria da vida profissional, a falta de tempo da vida particular e ainda, para piorar, uma lesão que me fez parar por três semanas - desde a Maratona do Rio, realizada no dia 07 de julho, que não dou minhas passadas por decisão própria, para recuperar o tornozelo, vítima de um esporão calcâneo. Mas voltei esta semana aos treinos (UEBA!).

Entrar em uma postagem e poder ler ali comentários deixados por Ivana e Luiz Souza é motivador demais. É pensar logo no que escrever no próximo post. É querer contar logo outra história.

Ver e ouvir o amigo Sérgio, companheiro de Maratona do Rio e de Equipe X, falar das publicações, dizer que deixou um comentário, me faz chegar em casa e correr para o computador para abrir a página.

E de repente, em uma corrida por aí, Alessandra me cumprimenta e fala do Blog. E no mesmo dia, um sujeito, não sei de onde, grita meu nome, me cumprimentando também pelo E AÍ CORREDOR

Chegando ao treino, os amigos da Equipe X reclamam sempre: "Tá escrevendo pouco?!", "Cadê o post novo?". E vem Aline, namorada e corredora, reclamando que estou escrevendo pouco. E lá vou eu  procurar um tema e colocar no Blog.

Aí, quando abro a página inicial do E AÍ CORREDOR, entendo por que ele está fazendo 5 anos de vida, de histórias, de relatos, de dicas. Ali estão os 134 seguidores, amigos conhecidos real ou virtualmente. Quando abro o Blog e vejo seus ícones e fotos, fico até envergonhado por não conseguir arrumar tempo para escrever, pesquisar, fazer o Blog. 

Cinco anos !!!! Bom demais !!! E que venham mais 5, 10, 20, quanto Deus quiser.

Boas passadas e obrigado a todos que curtem o E AÍ CORREDOR

Números - O E AÍ CORREDOR possui atualmente 134 amigos seguidores. Nestes cinco anos, já aconteceram 121 mil visualizações às páginas, média de 24.200 por ano. Este é o post de número 613 do Blog. 

terça-feira, 23 de julho de 2013

E DE REPENTE UM REPOUSO. DUAS SEMANAS SEM CORRER


E aí, Corredor?!

Pois é, depois de seis meses de correria, muitos longões, quilômetros percorridos e mais uma Maratona completada resolvi descansar, repousar mesmo para voltar sem lesões incomodando e deixar minha inflamação do esporão no passado.

Não é nada fácil ficar parado, sem correr. Depois de quase 7 anos correndo sem parar por tanto tempo, nem mesmo nas férias, é difícil fazer o corpo e a mente entenderem a necessidade desta parada. Mesmo com o pedal, não é a mesma coisa. E ver um corredor dando suas passadas já faz a gente ficar com vontade de fazer o mesmo.

O repouso foi uma recomendação médica para me recuperar definitivamente do esporão, que, mesmo tendo diminuído de intensidade, incomodou durante os treinos e a Maratona. Fora que atrapalhou muito a minha mecânica de corrida. Inconscientemente acabei alterando minha pisada, compensando mais na pisada com a perna esquerda para diminuir o impacto da direita.

Dai que, para reeducar essa passada, precisava do repouso. E o resultado foi que a dor sumiu, e não sinto mais nada no tornozelo direito. É claro, sei que o esporão esta ali. Mas, segundo o médico, se fizer tudo direitinho - correr com mais tranqüilidade e alongar bastante depois - o bendito vai ficar ali, "quietinho".

A volta esta marcada para o mês de agosto. Devagar, volto aos treinos e às corridas e longões.  Não dá para ficar mais sem correr. Está faltando algo na semana e principalmente nos finais de semana. E o momento,de voltar, bem, está chegando.

Meu objetivo? Nada muito desafiador. Apenas correr a Golden Four de Brasília em novembro. E matar a saudade de poder dar as minhas passadas por aí.

Já, já estaremos de voltas, amigos!

Boas passadas.

terça-feira, 16 de julho de 2013

PARA MATAR A SAUDADE DA MARATONA DO RIO

E aí, Corredor?!

Os treinos para a Maratona do Rio trouxeram mais do que condicionamento físico e a conquista dos 42,195 KM no dia 07 de julho. Trouxe a oportunidade de correr com os amigos. 

Na verdade, este grupo de maratonistas começou a ser formado bem antes, quando uma boa parte deles treinavam para o desafio no Deserto do Atacama, corrida ocorrida em março deste ano. E continuou depois, aí sim para a Maratona do Rio de Janeiro, meta de todos.

Foram muitos quilômetros percorridos juntos, inventando percursos por este planalto candango que de plano, para nós corredores, não tem nada. Subimos muito, enfrentamos trilhas, calor, seca, fumaça, rios, deserto, dunas. Nos divertimos também, em encontros pós-treino regadas a Ghest Bier, cerveja artesanal produzida por Grace, uma das amigas Maratonistas que fez parte deste grupo da Equipe X que enfrentou o desafio carioca.

E completamos todos os que se propuseram a fazer a prova. Rafael, Sérgio, Susete, Thaís, Chamon, Paulinho, Grace, Gislene, Nati, eu (Caique) e Matheus vencemos o desafio. E comemoramos depois, curtindo nossa vitória particular, felizes e realizados, prontos para outra.

E depois do desafio vencido, fica a saudade. É, a saudade, até mesmo dos treinos antes da prova, quando acordamos de madrugada para correr. E mais ainda da prova, de vencer o desafio. 

Para matar a saudade de todos nós, um vídeo gravado pelo amigo corredor Vanucci Júnior, que filmou toda a sua prova e disponibilizou o mesmo no YouTube, mostra um pouco deste desafio e de tudo que passamos pelos mais de 42 KM. A expectativa da largada, o encontro com os figuras como o índio e todo a corrida para gente rever e a emoção da chegada, com todo o apoio da galera. Parece que estava correndo ao lado do Vanucci, por que rever todo o trajeto me fez voltar à prova.

Curta também. São 14min, mas vale a pena ver inteiro. Quem sabe você não aparece na filmagem, caso tenha participado da prova.

E, obrigado amigo Vanucci, pela gravação e disponibilização do material para gente matar a saudade e ficar com gostinho de quero mais. 



Boas passadas.

terça-feira, 9 de julho de 2013

VENCI MAIS UMA MARATONA

E aí, Corredor?!

Rio de Janeiro, 7 de julho de 2013. Um sol ameno anunciava a alvorada na cidade maravilhosa. Eram 7h30 da manhã, quando começou a aventura de participar de mais uma Maratona Internacional do Rio de Janeiro.

A Maratona de 2013 foi, com certeza, a mais carioca de todas as que fiz. Um belo dia de sol embelezava a paisagem pelo percurso e era impossível não ficar extasiado pelas belezas que se mostravam a cada quilômetro vencido. No Elevado do Joá e na Avenida Niemayer vi vários corredores parando para tirar fotos do mar e das praias, registrando aquele momento tão especial e único.

Mas a corrida este ano me reservou algumas surpresas, que aconteceram bem antes de começar a vencer os 42,195 KM da prova. Ainda em abril um esporão calcâneo apareceu, trazendo dores agudas no tornozelo direito e comprometendo os treinos desde o início, primeiro, adiando o meu início nos longões específicos para a prova e depois, fazendo com que eu mudasse completamente minha mecânica de corrida durante os outros longões que fiz.

Só que no dia da prova a lesão não foi o pior dos obstáculos. Tudo bem que, por consequência dela, fiquei receoso demais, terminando por fazer uma prova bem conservadora, sem querer correr riscos. O único risco que cometi foi experimentar, no dia da prova, uma suplementação nova, o que trouxe resultados catastróficos no decorrer da corrida. E ainda, para completar, larguei muito atrás, passando pelo pórtico com quase 4 minutos de atraso, o que resultou num início de prova com pista cheia e ritmo muito mais lento que o planejado.

Em 2012, meu melhor resultado na Maratona, 3h41 de prova
Histórico - O Rio de Janeiro foi o palco das minhas duas outras Maratonas. A primeira, em 2010, que corri sem treinamento específico e acabei fazendo meio "na louca" mesmo. O resultado foi terminar a prova trotando os últimos 6K devido a uma forte contratura na panturrilha que quase me impediu de completar a prova. Mas fiz, na raça, completando em 4h11 os 42,195 KM.

Ano passado, 2012, a melhor corrida que já fiz até hoje, perfeita em todos os aspectos. Cheguei ao Rio bem treinado, confiante e com uma estratégia definida para completar o percurso. Meu único objetivo era fazer em menos de 4h. Para isso, fiz todos os treinos necessários - academia de duas a três vezes por semana e, a partir de abril, longões pelas ruas de Brasília, com o acréscimo gradual da distância, tudo acompanhado pelo amigo e professor Nirley. O resultado foi uma prova, para os meus padrões, impecável, sem sentir nada de dor nem cansaço, perfeita em todos os sentidos e com um tempo total de 3h41.

Em ambas, o frio inverno de julho tinha chegado à cidade, e corremos sob um tempo nublado, com chuva, e pista molhada, algo bem diferente do que viria a acontecer na Maratona deste ano, 2013.


Cerca de 7 mil participantes correram a Maratona do RIo este ano
Maratona de 2013 - Vários obstáculos comprometeram um desempenho melhor que 2012 para a Maratona deste ano. O primeiro deles foi o aparecimento de uma lesão. Logo no início de abril, quando os treinos deveriam começar, surgiu, depois de correr uma Meia Maratona - a Golden Four no Rio -  uma dor aguda no tornozelo direito, que não parava nem depois de um repouso. Depois de uma consulta médica o diagnóstico: estava com um famigerado esporão calcâneo, o que me comprometeu as duas semanas seguintes de treinamento. 

Depois de 10 sessões de fisioterapia e de várias dicas de alongamento, a dor retrocedeu mas não acabou de vez. Tive que mudar minha mecânica, alterando demais minha pisada e corri os longões sempre desconfiado, com uma pequena dorzinha me acompanhando e me deixando desconfiado. Mas, depois do longão de mais de 30K, resolvi que dava para encarar, mesmo sob o efeito da lesão.

No dia da prova porém o receio da lesão me quebrar me tirou um pouco a razão e, antes mesmo da largada, já comprometi toda a minha estratégia. De cara, larguei atrasado demais, passando pelo pórtico com quase 4 minutos do apito inicial. O resultado foi encarar os primeiros 3 KM no recreio de pista cheia de corredores e tendo que correr num ritmo bem mais lento do que planejava para o início.

Em Ipanema, por volta do 33º KM
Depois, buscando uma melhor performance, resolvi experimentar uma suplementação diferente que acabou resultando em fortes dores de barriga durante a prova e uma necessária parada em um banheiro no meio da corrida. Um erro amador, pois, mesmo que o suplemento estivesse dando resultado para outros amigos, não foi no dia da prova que eles o experimentaram como eu fiz. Um grande e total "vacilo" meu.

E ainda tinha o esporão, que trouxe reflexos bem mais cedo do que eu esperava na prova. Antes mesmo de completar os 21K,  comecei a sofrer as consequências de treinar sob seu efeito. Como estava compensando demais com a perna esquerda para sentir menos o impacto na direita, onde a lesão me afetava, uma dorzinha leve apareceu na panturrilha, o que me assustou por ser ainda tão cedo. Todo o trauma de 2010, quando comecei a sentir dores na panturrilha que mais tarde se transformaram numa contratura e quase me tiraram da prova, voltou a me atormentar, e aí passei a fazer uma corrida bem conservadora, num ritmo mais lento do que havia planejado e com algumas paradas nos postos de hidratação para um rápido alongamento, que fazia tanta para a panturrilha quanto para o calcanhar lesionado.

Este coquetel de confusões - largada atrasado, trânsito excessivo no início, parada para o banheiro, dor na panturrilha, esporão - evidentemente comprometeu meu desempenho. Se em 2012 fiz os mais de 42 KM em 3h41, chegando inteiro e comemorando, neste ano (2013) terminei em 4h09 o percurso (4h04 se desconsiderarmos a parada no meio da prova no banheiro).

Mas mesmo assim gostei do resultado. Afinal, diante de tantos problemas, consegui terminar a minha terceira Maratona, imprimindo um sprint nos 500 metros finais e sabendo que podia, mesmo com tudo isso, ter feito uma prova melhor. E ainda pude correr mais relaxado, apreciando a paisagem que o percurso proporcionava, ainda mais bonita pelo sol. 

Amigos - Se este foi o ano com recorde de participantes na Maratona do Rio, que teve cerca de 7 mil atletas, mais que o dobro do ano passado, também foi o recorde de participantes na modalidade de amigos da Equipe X.

O mais importante para fazer uma Maratona: a companhia dos amigos

Em 2010 apenas 3 valentes guerreiros fizeram a prova, número que aumentou em 2012, com 9 participantes. Já este ano, 12 pessoas encararam os 42,195K. Além de mim, também correram a distância Rafael, Sérgio, Thaís, Susete, Paulinho, Chamon - que correram também em 2012 - Gislene, Nati, Grace, Matheus e Conceição. 

Vale lembrar que a Equipe X também teve participantes na Meia Maratona e na Family Run.

Retirada do kit foi rápida apesar do grande número de pessoas
Organização - A Maratona Internacional Caixa Cidade do Rio de Janeiro de 2013 não perdeu em qualidade para a do ano passado. A única falha foi a mudança do local de entrega do kit para um ambiente mais apertado e sem tantas atrações como em 2012. De resto, o kit estava no padrão, a medalha ficou mais bonita e a prova foi muito bem organizada, mais até que nos outros anos que corri.

Postos de hidratação foram colocados a cada 3,5 KM. Apenas do primeiro para o segundo senti uma demora maior, mas que não comprometeu demais. E a cada 7K, fartura de isotônico, servido num prático saquinho que ajudava na hora de beber, evitando da gente se melar.

Conclusão - Quem corre tem que encarar um dia uma Maratona! A experiência é indescritível e a sensação de vitória é fantástica. Não é fácil superar os mais de 42 KM, complicação que já vem dos treinos, com longões que chegam a tirar a gente do convívio social.

Por isso é que cruzar a linha de chegada, mesmo que 7 horas depois, é emocionante e não são poucos os que chegam aos prantos, homens e mulheres. Só conhece quem encara e vence o desafio. Isso pude perceber pela minha experiência pessoal e pela conversa com os amigos que conseguiram realizar o feito em cada um dos anos que participei junto com eles.

Recomendo: se você corre, planeje uma Maratona, nem que seja só uma, para fazer se ainda não fez. 

Boas passadas.
Na chegada, emoção tão intensa quanto das outras duas Maratonas já realizadas

quarta-feira, 3 de julho de 2013

É CHEGADA A HORA DE CORRER MINHA 3ª MARATONA

E aí, Corredor?!

Faltam apenas cinco dias para o grande desafio do ano para mim e, tenho certeza, os amigos corredores com quem pude treinar neste últimos meses, a Maratona do Rio de Janeiro.

E é justamente neste período de véspera de prova que a ansiedade, as dúvidas, os diversos questionamentos e, por que não, o medo e desespero começam a aparecer para os corredores, seja para aqueles que desafiam pela primeira vez os 42,195 km como para os mais experientes.

Eu, que vou encarar a minha 3ª Maratona, e mais uma vez no Rio de Janeiro - fiz ano passado e em 2010 - posso dizer que estou sim, tenso e louco para começar logo a dar minhas passadas e cruzar aquela linha de chegada no Aterro do Flamengo.

Afinal, foram meses de preparação e treinamento pesado, com longões de 15 a 38 km que tomaram os finais de semana de todos nós. Daí que todo o esforço será posto a prova quando começarmos a correr, momento em que o maior "inimigo" é o psicológico.

Apesar de termos feito os longões bem, nos cercado de todas as dicas e cuidados para realizar uma boa prova, a gente nunca sabe o que pode acontecer. Afinal, são 42,195 km de corrida, mais de três horas de passadas.

Qual a experiência pessoal que passaria aos meus amigos corredores que farão sua primeira maratona neste final de semana no Rio? Bom, o principal é confiança. Realizamos todos os treinos necessários, já temos as estratégias definidas para a prova, enfrentamos longões pesados em Brasília, cidade onde respirar é bem mais difícil que o Rio, já que estamos a 1000 metros acima do nível do mar. E fizemos bem, terminando todos, alguns no sacrifício mas todos inteiros. Enfim, amigos, estamos prontos sim!

Não vamos "cair" numa Maratona. Estamos condicionados e preparados. Aconselho, inclusive, aos que se inscreveram mas que não fizeram pelo menos um longão de 3 horas de corrida direto, que repensem a possibilidade de fazer a prova. A Maratona não é para quem não está treinado devidamente! Ela cobra um preço alto para os despreparados. Posso dizer isso por que a minha primeira prova na distância, em 2010, estava mal treinado. Tinha feito um longão de 33 km, mais de 3 horas correndo, mas só! O resultado foi terminar a corrida no sacrifício, com uma contratura violenta na panturrilha que quase me quebrou mas que me fez terminar a prova trotando 6 km.

Equipe Condor Team na Volta do Lago, que também estará na
Maratona do Rio. Da esquerda para a direita:
Sérgio, Grace, Rafael, Thaís e eu (Caique)
Outro conselho amigos: respeitem o seu tempo run, aquele ritmo que você, durante os treinos, pôde estabelecer para você fazer durante a prova. E isso o tempo todo. Não seja induzido por outros corredores na euforia da largada nem tente, mesmo sentindo que dá, forçar demais na primeira metade da prova. Controle-se o tempo todo. Estabeleça uma zona de tempo para correr mais rápido ou mais lento. Eu, por exemplo, pretendo ficar entre os 5:20min/km e 5:40min/km.

E permaneça nesta zona de tempo o tempo todo. Na Maratona, cada um tem um ritmo e um objetivo, como em todas as provas. Se você está correndo com um amigo e ele começou a correr mais forte, deixe ele ir e deseje-lhe boa prova mas você permaneça com seu objetivo, lembrando sempre que são 42,195 km.

E procure principalmente não deixar o seu psicológico "sabotar" a sua corrida. Saiba que, se você treinou e percebeu que tem condições de fazer a prova você TEM CONDIÇÕES de fazê-la. Não deixe que a falta de um copo de água que você não pegou num posto de hidratação ou de ver um colega seu quebrar no meio do caminho te desestabilize. Foco e, como entoamos durante nossos treinos, "sangue nos olhos"!

O percurso da Maratona do Rio é fantástico e belíssimo. "Passeamos" por toda a orla carioca, desde o Recreio até o Aterro, passando pela Barra da Tijuca, Leblon, Ipanema e Copacabana, cartões postais da cidade e do país. E a altimetria é tranquila. Corremos quase o tempo todo em terreno plano, só tendo duas subidas mais fortes: a primeira, do Elevado do Joá, depois de completarmos mais de 21k de corrida (aqui o motivador é o belo visual proporcionado pelo túnel do Joá, da praia de São Conrado). Depois, cerca de 2 km de elevação na Avenida Niemayer, depois de São Conrado. Ali, no final da Niemayer, já estamos superando a famosa "barreira dos 30".

Longão decisivo para a Maratona (33 a 36k), com, da esquerda
para a direita, eu (Caique), Gislene, Thaís, Grace e Sérgio
Outro ponto que merece atenção, principalmente foco de todos nós maratonistas, é a reserva, trecho entre o Recreio e a Barra. É um retão desanimador, que só não é tão chato quanto o Eixão - para nós que treinamos em Brasília - por que tem o belo visual do mar. Confesso que neste trecho, nem olho para o mar mas sim para os prédios da Barra, talvez o meu grande erro por que eles parecem nunca chegar. E ali temos sim uma pequena subidinha, constante.

Depois da Niemayer, se você estiver se sentindo inteiro e bem, aí sim tente imprimir o ritmo mais forte da sua zona de tempo no resto do percurso, por que daí você, além de ter um terreno basicamente plano, é onde tem mais público motivando nossa corrida. Vai que vai por que o desafio será superado!

Bem, são dicas pessoais, experiências adquiridas nas duas provas anteriores. Acrescento a elas as abaixo, postadas pelo organizador da Maratona do Rio para os maratonistas de primeira viajem mas que  valem para todos nós. Pelo menos algumas delas. Mas, lembrem-se: o que vale mesmo é seguir o que cada um planejou para fazer na prova, e o que seu treinador identificou para você. As dicas são apenas um complemento para isso tudo.

Veja aí o que a turma da Maratona do Rio deu de dicas:

• Seja humilde. Para sua 1a prova, o mais importante é completá-la. Não faça apostas para terminar a prova em um determinado tempo. O que mais vale é chegar ao fim. E bem!
• Faça todos os experimentos nos treinos. Aproveite-os para testar novos tênis, meias, roupas, suplementos e alimentos que serão utilizados na prova. Não use no dia da prova uma camiseta nova, nem coma algo que não tenha sido provado antes.
• Use a musculação como auxiliar aos treinamentos.
• Tente manter o peso. Para o maratonista, dois quilos podem fazer muita diferença numa prova de longa duração.
• Separe pelo menos dois pares de tênis para esta jornada.
• Não se impressione com a barreira dos 30 km. Após esta distância, há corredores que sentem os braços mais pesados, a musculatura mais dolorida e dificuldades a cada passada. Isto pode ser causado por uma queda grande de glicose no organismo, déficit de glicogênio no músculo ou superaquecimento. Para evitar que isto ocorra, não trabalhe mais rápido que o programado - nem se você sentir que o corpo está bem - e faça exatamente o que foi programado no treinamento. Se preciso, diminua o ritmo da corrida mas evite caminhar: persista na obtenção do seu objetivo.
• Um bom planejamento deve ser flexível para adaptações. Se na véspera da prova você não dormiu bem, ou descobre que a temperatura do local está mais alta do que a dos treinos, adapte o seu planejamento para a situação atual. Isso evitará que você sofra em demasia na prova, correndo o risco de não terminá-la.
• Por fim, lembre-se daquela frase de um grande treinador finlandês: “deve-se correr a primeira metade de uma maratona com a frieza de um cientista e a segunda, com a emoção de um artista”.

Boas passadas!