terça-feira, 7 de dezembro de 2010

VOLTA DA PAMPULHA 2010 - EU FUI

E aí, corredor?!

Mais uma Volta da Pampulha realizada, a terceira consecutiva. E apesar de já ter feito três vezes o mesmo percurso em BH, nenhum foi igual ao outro. Cada um apresentou suas características próprias. Cada um teve a sua história.

A prova prometia por que a capital mineira apresentava já no sábado um sol abrasador e um calor insuportável. Ao pegarmos o kit da prova, cuja entrega é realizada no próprio bairro da Pampulha, local de realização da prova, já pudemos sentir o tempo quente e úmido. Mas havia muitas nuvens e uma chuva forte caiu no final da tarde. Aí, tivemos a esperança de correr com o céu nublado no dia seguinte.

Pois bem, Não foi isso que aconteceu. Apesar das previsões do site Clima Tempo, a manhã de domingo era de sol quente logo cedo. Seria realmente a primeira vez que correria a Volta da Pampulha sob o temível sol da cidade e a altíssima umidade, que provocava já na concentração uma forte sensação de desconforto.

Mas estávamos todos os corredores da Equipe X preparados para tudo. Por mais difícil que fosse, conseguiríamos, com o condicionamento dado pelo amigo e professor Nirley, vencer a Volta da Pampulha por que sabíamos como fazer isso. Cada um no seu nível sabia como deveria correr para superar os 18k da prova.

E foi assim que aconteceu. Especificamente no meu caso, consegui correr bem, num ritmo interessante. Fiz um pace médio de 5:13min/km, um pouco mais alto do que esperava mas totalmente justificável por conta do calor. Diante do quadro que se apresentou durante a prova, me senti realizado por conseguir manter um ritmo bom, pois a sensação de desconforto com a alta umidade e o calor era muita intensa. Estava bem fisicamente, tanto na parte respiratória como na muscular. Mas o calor realmente cansou.

Meu primeiro erro foi me posicionar muito atrás na concentração. Passei do local da largada com 8 minutos de prova acontecendo. Eram 12.500 atletas, muita gente para dividir o apertado espaço da avenida que dá a volta na Lagoa, principalmente no início quando a aglomeração é maior. Daí, tive que ir buscando meu lugar e fazer uma corrida de pequenos tiros para conseguir desenvolver o meu ritmo o que, como eu sabia, cansa e o corpo poderia me cobrar no fim da prova.

E cobrou. Mas não com dores musculares ou falta de "pulmão", mas sob a forma de um tremendo calor que me fez sentir o corpo pesado. Mas estava preparado e consegui seguir em frente, mantendo o meu ritmo desejado para tentar fazer a prova em, no máximo, 1h40.

Cheguei ao final com um sprint de mais de 1 km, sendo saudado pelo público que acompanhava a prova, simpático com todos os corredores. Aliás, este público sempre faz a diferença. O pessoal de BH vai ver a prova, mesmo aqueles que não têm ninguém participando. E sempre gritam frases de apoio para todos nós. Um diferencial da prova mineira.

Terminei com 1h36 (tempo líquido). Foi, em relação às 3 provas feitas, o pior tempo - em 2008 fiz os 18k em 1h33 e ano passado em 1h30 - mas, pela dificuldade maior, a vitória foi mais tocante. Afinal, vi muita gente caminhando no percurso, enquanto eu corri todos os 18,51k que acabei fazendo (contado no meu GPS). Vi até mesmo colegas corredores desmaiando e precisando ser socorrido e as ambulâncias não paravam de trabalhar. Muita gente precisou de ajuda. E fiquei sabendo, com pesar, que 3 amigos acabaram falecendo durante a prova. O calor realmente tornou-se um inimigo terrível.

Mais uma prova para entrar para minha história, esta com um sabor especial. Afinal, cheguei inteiro, consegui controlar o ritmo e meu ímpeto de querer correr mais e mais e comemorei muito mais esta vitória pessoal.

Alguns pontos negativos em relação a organização da prova: a camisa do kit foi de péssima qualidade. Nos anos anteriores pelo menos o tecido era melhor. Este ano, mesmo com o patrocínio da Fila e mesmo sendo a Pampulha uma prova internacional, eles desejaram muito a desejar na camisa. A medalha seguiu o mesmo padrão de outra que fiz, também organizada pela Yescom. A única variação eram as cores e a identificação da prova.

De positivo os muitos, e necessários, pontos de água a cada 4 ou 5k, as placas de quilometragem a cada 1k vencido (apesar de às vezes a gente ficar agoniado e ver a distância percorrida e ficar pensando no que ainda falta para completar a corrida), a rapidez na entrega dos kits, o percurso bem sinalizado e o público de BH, que sempre nos incentivava durante o percurso.

Acho que esta foi minha última corrida oficial do ano, como em 2009. Talvez aconteça de correr mais uma ou duas provas, como a Zero Hora e a Festa do Corredor, mas nada seriamente, só de maneira festiva. As metas de 2010 já foram superadas e já estou com o pensamento voltado para 2011.

E, mesmo com a dificuldade apresentada este ano, aconselho a quem ainda não correu uma Volta da Pampulha que programe-a para o ano que vem. Vale muito à pena.

Boas passadas.

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