E aí, corredor?!
Mencionei, em post anterior, a adoração do corredor brasiliense pelas corridas noturnas e pelos revezamentos. A cada ano a cidade, que, entre esta modalidades de provas, só tinha mesmo a corrida noturna Do Fogo, organizada pelo Corpo de Bombeiros, hoje vê outras provas surgindo.
A Maratona de Revezamento do Correio Braziliense, que acontece em abril no aniversário da cidade, é uma delas. Ainda temos, como provas de revezamento, a Pão de Açúcar, que este ano teve sua 2ª edição na cidade, a Super 40, já consagrada, e a Ayrton Senna Racing Day, que também terá sua segunda prova na cidade.
Entre as corridas noturnas temos, além da tradicionalíssima Corrida do Fogo, a 10K Night, que teve a sua 2 edição também este ano, e agora a Fila Night Run, cuja estréia teve recorde de participação, com quase 7 mil atletas correndo pela Esplanada.
Pois bem, mas em se tratando de corridas de revezamento, uma matéria da Revista Runners mostra que elas são, na verdade, a paixão do brasileiro. Enquanto, por exemplo, nos EUA são realizadas quase 400 maratonas por ano, as corridas de equipe são exceções. Na Europa, o normal são corridas individuais, onde cada um percorre a sua distância e pronto. Já o calendário verde e amarelo está coalhado de revezamentos no asfalto, na praia, na montanha.
A mais famosa de todas as provas, e também a mais difícil, é a Volta à Ilha, realizada em Florianópolis/SC, que reuniu este ano 3 mil atletas. Ainda temos a Bertioga-Maresias que teve 2.500 corredores e a Ilhabela Terra e Mar com 1.200, ambas em São Paulo. E não podemos esquecer da nossa prova de revezamento mais famosa, que são os 100 km da Volta do lago Caixa, que em 2009 realizou sua 6ª edição com 2 mil atletas inscritos.
Ainda temos as provas de revezamento do Pão de Açúcar, que tem reunido por ano em São Paulo, Brasília e Fortaleza 38 mil corredores. Ainda a Ayrton Senna Racing Day, em São Paulo e Brasília, a Super 40, em Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
Parece que o que o brasileiro gosta mesmo é da festa proporcionada por estas corridas de revezamento, além do desafio. São milhares de pessoas reunidas, que lá se encontram, se divertem. As equipes se solidarizam e, geralmente, um atleta que termina seu circuito fica até o final, quando o último atleta completa a volta, para cruzarem, toda a equipe, o pórtico de chegada juntos. Ao contrário das provas individuais, quando a gente larga, completa a prova, pega a medalha, fica um pouco nas tendas de staff e logo vai embora para casa.
Fora isso, ainda tem o incentivo dos colegas na hora de correr, dando o apoio para que cheguemos bem no final do circuito e o compromisso que cada um acaba tendo de fazer o melhor possível para ajudar a equipe, o que nos obriga a correr e ao esforço. Numa prova individual, acaba que muitos não dão tudo que podem por que só tem o compromisso individual, sem a cobrança pessoal.
Enfim, é diferente correr uma prova de revezamento. Calor humano, incentivo, garra, sempre muita gente correndo junto, incentivo (tão em falta nas provas de Brasília já que o público da cidade nem dá a mínima, ao contrário de provas em BH, RJ e SP). É extremamente estimulante e daí que começam a aparecer os novos corredores de rua.
Ouso dizer que são as corridas de revezamento as responsáveis pelo sucesso das corridas de rua, com um aumento expressivo de provas e praticantes.
Boas passadas e preparem-se para a Super 40 e a Ayrton Senna Racing Day. Elas já estão próximas (Super 40 - 27/09; Ayrton Senna - 25/10).
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