sábado, 12 de setembro de 2009

SOBRETAXA AGORA É LEI

E aí, corredor?!

Primeiro queria me desculpar pelas poucas postagens nesta semana. Voltei do Rio um pouco desacelerado mesmo. Acho que, uma vez que a Meia Maratona do RJ era a "corrida do ano" para mim e ela aconteceu, da maneira mais incrível possível, acabei relaxando. Mas estamos de volta, cheio de energia e com outros planos na cabeça.

Agora, vamos ao que interessa. A sobretaxa aos calçados, que já mencionei aqui em outros posts e que dependia apenas de uma avaliação da Camex - Câmara de Comércio Exterior agora é lei. O Governo Brasileiro adotou a medida antidumping válida a partir do dia 09 de setembro - coincidentemente 09/09/09.

A resolução da Camex é válida por até 6 meses e estabelece a cobrança provisória de US$ 12.47 por par de calçado. Mesmo assim, a Abicalçados - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, espera que no fim da investigação, prevista para dezembro, a alíquota válida pelos próximos 5 anos seja elevada para US$ 18,44 por par.

A alíquota será aplicada, junto com a taxa de 35% de imposto de importação já incidente sobre os produtos originários de fora do Mercosul e vai atingir tênis esportivos, sapatos masculinos, calçados femininos e infantis, botas femininas e sapatênis. Apenas produtos muito específicos, como sandálias de praia, calçados para esqui e surfe na neve, calçados esportivos preparados para receberem taxas, grampos, presilhas, inclusive os específicos para patinagem, luta, boxe e ciclismo, pantufas, entre outros, ficaram de fora da sobretaxa.

O grande problema agora é saber se a indústria brasileira está preparada para entender a uma exigência cada vez maior do mercado nacional por tênis de alta performance e tecnologia, como os nossos calçados de corrida. A Abramesp - Associação Brasileira de Mercado Esportivo, representante das marcas Nike, Adidas, Puma, Asics, entre outras, alega que o objetivo da Abicalçados é de inviabilizar a importação dos tênis de alta tecnologia.

A Abicalçados se defende alegando que a medida vai aumentar o número de empregos na indústria brasileira, que caiu drasticamente por conta da importação, e prevê que a entrada de calçados chineses, país que produz a maioria dos calçados importados pelo país, deverá ter seu volume reduzido "drasticamente". 

Cabe saber se a nossa indústria tem capacidade de atender ao mercado com calçados de alta tecnologia, aqueles que usamos em nossos treinos e corridas e que impendem que tenhamos lesões e contusões. Ainda não acredito que nenhum calçado nacional tem essa capacidade e, com a medida, vai ficar difícil para nós adquirirmos um calçado mais confiável.

Só posso dizer uma coisa. Uma tremenda sacanagem da Abicalçados. Taxar os tênis de alta tecnologia só prejudica a nós consumidores. A Abicalçados não em tecnologia para fabricação dos calçados que Mizuno, Asics, Adidas, Nike produzem. Para perceber, basta fazer um teste num calçado de alta performance da Olimpikus, da Abicalçados, com um das marcas já citadas. A diferença é incrivelmente e mais sentida ainda no decorrer do uso. Além de serem mais duráveis, principalmente na questão do amortecimento de impacto, os calçados importados, que já sofrem 35% de taxação, nunca é demais lembrar, e por isso já chegam bem caros para o consumidor, são muito melhores e realmente fazem o que prometem. Não posso dizer o mesmo dos calçados nacionais.

Se fosse só por isso, por que será que mesmo com o alto preço dos calçados importados, que chegam a custar de R$ 400 a R$ 900 nas lojas, ainda agradam mais que os nacionais, que não chega a R$ 400?

Brincadeira. O melhor mesmo é, em um passeio ao exterior ou se um amigo for, pedir para eles trazerem um tênis de lá. Ou comprar diretamente, por que, se levarmos em conta os problemas que podem resultar do uso de calçados pouco adequados, fica bem mais barato pagar a taxa de importação.

Que me desculpem os diretores da Abicalçados, mas a medida foi autoritária e não ouviu o consumidor. Como já mencionei antes: ao invés de taxar mais ainda os importados, busquem alcançar o nível tecnológico que eles apresentam que, com certeza, daremos total preferência ao produto nacional.

Boas passadas.

Nenhum comentário: