E aí, corredor?!
Estou correndo desde agosto de 2006, como vocês sabem, e durante todos estes mais de 3 anos envolvido com a prática, passei por vários estágios: comecei correndo para "desopilar", ou seja, encontrei na corrida uma válvula de escape para um momento ruim que estava enfrentando em minha vida.
Acabei gostando e, tendo começado a correr no final de maio de 2006, participei da minha primeira prova oficial no dia 25 de agosto do mesmo ano, data que considero como meu aniversário de "nascimento" para o esporte. Nesta corrida, já estava em outro estágio de atleta amador, o da ansiedade e do nervosismo com a minha estréia nas ruas.
Passei pela fase de querer participar de tudo quanto é corrida que pudesse, chegando a fazer uma a cada final de semana. Depois foi a fase de querer melhorar tempo, mesmo ainda sem nenhuma orientação de um preparador. Este estágio, aliás, me acompanhou até o ano passado, quando, depois de uma corrida sozinho em um percurso idealizado por mim, percebi que o prazer em correr não estava em quebrar recordes de tempo, mas no simples fato de correr, respeitando os limites, e isso sempre me preocupei em fazer não importando o estágio que me encontrava, de sentir e ouvir a respiração, perceber o alto nível de concentração e chegara ao final das passadas com uma sensação de dever comprido, de vitória pessoal. Esta foi melhor medalha que ganhei desde que comecei a correr. A medalha de conseguir me manter motivado mesmo sem ter metas de corrida pela frente ou de quebra de recordes.
Hoje quero mais é isso. Sentir o prazer da corrida sem precisar de impor metas loucas para tal. Apenas ter vontade, colocar um tênis e sair correndo pelas ruas largas desta cidade onde moro, Brasília, conhecendo cada espaço. E o melhor é que já encontrei amigos que tem mais ou menos o mesmo propósito, correr por prazer, sem a pressão de metas abusivas. Apenas curtir a corrida. BOM DEMAIS.
Coincidiu ter tomado esta decisão e, na Revista O2 de dezembro o treinador Nuno Cobra, que escreve o último editorial da revista, o qual sempre leio, escrever sobre a corrida saudável, que não é aquela onde as pessoas ficam se testando para alcançar maior velocidade, nunca o maior prazer, em detrimento de saber que a corrida é antes de tudo o elemento mais surpreendente para elevar o nível de saúde e alcançar a felicidade, ter como perfomance alcançar saúde com prazer e alegria.
Dito isto, vi que, amigos corredores, estamos no caminho certo.
Boas passadas.
Fonte: Revista O2 de dezembro de 2009.
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