terça-feira, 8 de março de 2011

NO CAOS, A ALEGRIA

E aí, corredor?!

No meio do caos, um lampejo de esperança e alegria no ainda devastado Haiti, país que sofreu, há mais de um ano atrás, em 12 de janeiro de 2010, um forte terremoto que arrasou a capital e outras cidades do país, deixando, além de milhares de mortos, uma nação pobre ainda mais miserável.

Em matéria do programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, o jornalista Regis Rosing, entre tantas matérias que já havia feito, mostrou o voluntarismo dos brasileiros que lá estão para manter a paz e dar um pouco de alegria ao sofrido povo haitiano. Os militares brasileiros já realizaram partidas de futebol com jogadores brasileiros e, na matéria de ontem, uma corrida de rua de 5 km.

Nada de mais de pensarmos em termos de Brasil. Mas um evento de grande magnitude para um país devastado e esquecido. A população correu para se inscrever e correr atrás da camisa, da água limpa que seria distribuída aos participantes pelo circuito e ao pequeno kit de reposição distribuído aos que completassem os 6 km da prova.

Entre os vários esportistas, um câmera seguiu um garoto, pequeno, magro, subnutrido, habitante de um bairro chamado pelos habitantes de "cozinha do inferno". Um nome muito adequado conforme mostrou a reportagem. Lá é um local de depósito de alimentos apodrecidos, jogados fora mas que a população mais pobre consome, dando grande valor àquele alimento. No local existe água, mas fétida, podre também, altamente contaminada pelos dejetos e pelos porcos que chapinham no líquido. Água também consumida pelos moradores do local. 

Por isso a participação e a corrida desenfreada do pequeno Maurice, nome do garoto encontrado no caminho pela reportagem e por dois militares brasileiros que o acompanharam até o final. O garoto correu todos os 6 km, sempre pegando a valiosa água distribuída e saquinhos plásticos e até oferecendo a amigos que acompanhavam a corrida. E chegou ao fim, ganhando como prêmio uma medalha e duas bananas. Um troféu para Maurice.

A corrida trouxe alegria e aplacou um pouco a tristeza e a falta de esperança do povo pobre do Haiti, que vive em situação mais do que miserável em meio aos escombros intactos do fatídico terremoto. Uma tristeza e uma falta de esperança agravada pela ganância de uns poucos. A ajuda internacional, que antes chegava, parou de ser encaminhada pela ONU até a eleição de um novo presidente já que a anterior era simplesmente desviada e não chegava para a população. O homem é realmente um animal (i)rracional em muitos momentos.

E a felicidade do povo e de Maurice era contagiante. Sim, eles conseguiam rir diante do caos. Acredito que estão já entorpecidos pela desgraçada, anestesiados pela miséria total que os acompanha. Mas é em momentos como este, proporcionados por brasileiros, que o povo sai de seu estado letárgico e consegue renovar um pouco a auto estima, praticamente perdida.

Desculpe. É um post triste para uma terça feira de carnaval, mas que chamou a minha atenção. Principalmente por que sei que em nosso país temos alguns "haitis" espalhados pelos estados, frutos da corrupção e ganância de uns poucos como no país do terremoto. Dá para comparar sim! Só é difícil imaginar isso por que temos realidades assim sem que o país tenha sofrido uma tragédia natural como a do Haiti. Mas a miséria é parecida, a falta de esperança é igual e os desvios de verba são bem parecidos. Poucos com muito e muitos com pouco. É triste.

Boas passadas.

2 comentários:

Aline disse...

Nossa! Triste realidade!!! Mais triste ainda é saber que o preço do enriquecimento de muita gente é a miséria de outros...Mas, enfim, senti orgulho tbém dos brasileiros que fizeram e fazem além do seu dever, promovendo ações como a inserção do esporte em uma cidade praticamente destruída, cenário parecido ao de um pós-guerra! Eu vi a reportagem e a frase do Regis Rosing ao encerrar a matéria foi dura tbém, mais ou menos assim: "Se foram capazes de correr 6 km por duas bananas, o que não correriam por um prato de ocmida???".

Aline disse...

Nossa! Triste realidade!!! Mais triste ainda é saber que o preço do enriquecimento de muita gente é a miséria de outros...Mas, enfim, senti orgulho tbém dos brasileiros que fizeram e fazem além do seu dever, promovendo ações como a inserção do esporte em uma cidade praticamente destruída, cenário parecido ao de um pós-guerra! Eu vi a reportagem e a frase do Regis Rosing ao encerrar a matéria foi dura tbém, mais ou menos assim: "Se foram capazes de correr 6 km por duas bananas, o que não correriam por um prato de comida???".