quarta-feira, 30 de março de 2011

RESPIRAÇÃO ! MECANISMO ESSENCIAL NAS CORRIDAS

E aí, corredor?!

Respirar é algo inerente ao ser humano e essencial para nossas vidas. A reposição do oxigênio é vital para o funcionamento da perfeita máquina que é o nosso corpo. E não seria diferente durante a nossa prática esportiva, onde essa necessidade é ainda maior.

Pois bem, descobri que, pelo menos para mim, não é só para dar energia e vida ao meu corpo e movimentos que preciso respirar direitinho na hora de correr. Respirar é para mim também a maneira certa para fugir da "quebra" psicológica em uma prova.

Pois é. Tenho travado uma batalha épica este ano para voltar a "embalar" nos treinos e nas corridas. Desde os treinamentos para a Maratona, em julho de 2010, que meu ritmo diminuiu, minha cadência de passadas passou a ser maior e minha luta contra o psicológico uma "guerra". Mas esta "guerra" ficou mais intensificada no início deste ano.

De todas as provas e treinos que fiz, em nenhuma em consegui atingir aquela "velocidade de cruzeiro", quando corpo e mente se unem e transformam em um só, fazendo com que os movimentos fiquem mais tranquilos e o esforço quase não seja sentido. Não consegui isso nem na Corrida de Reis, nem das Corridas Sem Compromisso no Eixão, muito menos na Corrida do Circuito do Sol. 

E já estava chateado por que não via solução para o caso. Era correr e daí a 3, 4 km estar sentido a pressão e tendo vontade de desistir. Não conseguia me desvencilhar e acaba diminuindo meu ritmo e, assim, cansando mais ainda.

Até que no último domingo, na prova da Etapa de Outono do Circuito das Estações Adidas, já na subida dos 10 km, indo para o local da chegada, quando senti minha mente querendo me "quebrar" e comecei a prestar atenção e me concentrar na minha respiração.

Isso mesmo. Minha cadência de passadas passou a ser regida pelo meu respirar. Como num compasso de música, fui seguindo o "toque" da minha respiração e entrei num ritmo tranquilo, atingindo finalmente minha "velocidade de cruzeiro", meu momento "nirvana" da corrida, o transe total onde nada mais acontece além do toque dos pés no chão, do entra e sai de ar dos pulmões e do movimento dos braços.

Não fiz o meu melhor tempo dos 10 km, conseguido ano passado, na Capital Run Night, quando completei a distância em 45 min - e essa marca foi atingida na primeira prova após a Maratona - mas fiz a minha melhor corrida do ano.

Usei a técnica ontem, no treino da Equipe X. No momento de maior sofrimento da corrida, procurei me concentrar na respiração, e mais uma vez deu certo.

O engraçado é que isso era uma coisa que eu fazia antes da Maratona. Mas depois da prova, mais precisamente depois dos treinos, eu instintivamente parei de me concentrar assim, e o que importava era chegar ao final, sempre com um pouco de sofrimento.

A Maratona é uma prova maravilhosa. A realização de conseguir completar os mais de 42 km é única. Mas treinar e se condicionar para a prova é complicado. Tudo que a gente faz acaba nos acompanhando depois, e nosso ritmo diminui, assumindo como único a cadência de passadas assumidas para a grande distância.

Mas, é claro, isso foi difícil para mim. Outros corredores não sentem este problema e conseguem só melhorar. Meu caso, no entanto, foi bem diferente.

Por isso, aconselho a todos vocês, corredores: ouçam e concentrem-se na sua respiração. Além do combustível para as passadas, concentrar-se neste ato vital ajuda muito a performance na corrida.

Boas passadas.

Nenhum comentário: